As 19 horas do dia 04/03/2005, a Prefeitura de Aracaju inaugurava o Centro de Artesanato Chica Chaves,na Orla do Bairro Industrial,pelo então Prefeito Marcelo Déda,hoje o nosso Governador.
Nas comemorações de 150 anos da nossa linda cidade Aracaju,o Centro de Artesanato estava preparado para ser reconhecido,contribuindo para a valorização turística do Bairro Industrial.
A inauguração do centro de Artesanato trouxe alento e esperanças para as artesãs que comercializavam seus produtos em barracas que ficavam nas calçadas da orla.As artesãs contavam ainda com o apoio da Fundat que disponibilizaram cursos de capacitação profissional que auxiliam os artesãos a mostrar aos aracajuanos e turistas um pouco da cultura local e incentivado-os a sempre melhorarem seus serviços e produtos.
Além dos 16 boxes para a comercialização dos produtos e de banheiros feminino e masculino,o Centro de Artesanato Chica Chaves possui grande variedades de artesanatos e artesãs dispostas a darem sempre o melhor atendimento ao cliente.
Parte Final
Chica Chaves
"...Infelizmente Chica Chaves não teve tempo ou não quis construir seu testamento,morreu sem deixar esta ação tão comum para vivos do século XIX. Mesmo tendo adoecido, como demonstram os gastos feitos com mezinhas de uma botica, não deixou documento escrito. Se deixasse, saberíamos das suas devoções, medos, pessoas de suas relações. As despesas com seu enterro foram muitas, algumas delas, apontam inclusive para o ideal das representações sociais exigidas na época.
A igreja São Salvador, primeira igreja da Aracaju planejada, recebeu dois mil réis por anunciar sua morte com dobres de sino. O Pároco de Aracaju, assim como, o Pároco da Vila de Socorro, rezaram-lhe missa pelo seu passamento. Seu corpo foi levado ao "campo santo" em um caixão,uma raridade para a época e somente feita para pessoas em melhores condições financeiras sob uma iluminação de 3 kg de velas.Foi sepultada com sapato de verniz,meias de cor preta e mortalha da mesma cor.
Em um recibo datado de 3 de abril de 1867,o vigário Eliziário Vieira Muniz teles,remeteu aos familiares as contas da "encomenda solene da finada Francisca de Brito Chaves, sepultada em 2 de abril de 1867 ".
Estes são trechos do Livro "De Maçaranduba a Industrial" de Tereza Cristina Cerqueira da Graça.
Esperamos que vocês tenham gostado de saber mais um pouquinho da nossa cultura e o porque do nosso Centro de Artesanato levar o nome de tão querida personagem da história do Bairro Industrial.
Continuação...
Chica Chaves
"No arquivo Geral do Judiciário,encontramos pistas que,se não confirmam,instiga a procura por tão lendária e carinhosa figura.Narra um documento datado de 1868,que no dia 20 de maio do mesmo ano,um certo Januário José da Silva se dirigiu ao Cartório de Luiz Gonçalves Pedreira França,na capital,para fazer o inventário de Francisca de Brito Chaves.Januário Silva se apresentou na instituição como esposo de Maria Luisa de França,filha única da falecida,por isso,enquanto cabeça do casal, foi requerer a inventariação dos bens,visando incorporá-los ao seu patrimônio.
O suplicante informou que sua sogra tinha falecido em 1º de abril de 1867,sendo viúva de José Valentim do Espírito Santo,antigo morador de Laranjeiras.Dentre os bens deixados, constavam uma braça de terra na rua Vitoria, em Laranjeiras,avaliada em 25 mil réis;um terreno na Vila de Socorro, avaliado em 15 mil réis; um sítio denominado Massaranduba, com casa de vivenda (casa de morar e comercializar), de taipa e telha, já velha, complantação de coqueiros,avaliada em 700 mil réis,assim como,outro sítio anexo ao Massaranduba avaliado em 150 mil réis com viveiros de peixes,escavados no chão com muros de barro cuja avaliação importou em 100 mil réis. Pela geografia do lugar, a toponímia Massaranduba se origina de uma árvore da Massaranduba que a meninada retirava uma fruta que leva o mesmo nome,viscosa,agridoce,de cor amarela avermelhada.
Massaranduba também é uma das denominações mais antigas para o espaço onde hoje se encontra o Bairro Industrial.Era o sítio Massaranduba da Senhora Chica Chaves!Local de encontro dos que fugiam do burburinho da cidade."
Continua...
Chica Chaves
"O antigo nome de Chica Chaves não é mais referência para os moradores do Bairro Industrial.Tampouco seja um nome esquecido ,ainda não o foi apagado da memória particulamente dos mais antigos.È mister documentar que não guarda nenhuma relação com a família Chaves da fábrica de tecifos Confiança.As tintas ,que falaram de Francisca Chaves foram poucas e imprecisas.O trabalho referencial a que se tem notícia se refere a Nobre Lacerda,escritor da segunda metade do século XX e intitulado "Diário de Chica Chaves",é inegavelmente uma obra de ficção.
Para Nobre Lacerda ,o nascimento de Chica Chaves se situa presumidamente ,entre os anos de 1825 e 1826.Morava em um pequeno sítio ao derredor das fontes d'água onde hoje se encontra o Manoel preto e o antigo Engenho Velho,no caminho que leva a Getimana ,tendo vindo morar naquela localidade ,vinda de São Cristóvão ,quando ainda era pequena.O cronista disse ser a personagem "uma mulata simpática,virtuosa e tratável",que muito inteligente e perspicaz,era muito querida pelos moradores da terra.Fernando Porto cotejou outras fontes e investigou o lançamento predial de 1917 no qual detectou a Casa Chica Chaves como a que residiu Sabino Ribeiro e, que hoje pertence à Diocese de Aracaju,acabando por "dá fé"a versão de Nobre de Lacerda.
Nobre Lacerda ainda intitula Chica Chaves festeira,mulata alegre e bondosa que recebia os boêmios da terra para em sua casa de vivenda ,bebericar,cantar,jogar conversa fora ,petiscar frutos e comidas sob o ar cheiroso e úmido do Sítio da Massaranduba.
Nada,além disso,fora documentado.Não podemos afirmar ,com certeza,da sua existência e das suas ações nas terras de Aracaju.O Diário de Chica Chaves é uma ótima criação de um escritor que se derrama de galanteios por um passado que não volta mais.Mas,ele não foi criado do nada.Teria realmente Chica Chaves existido?"
continua...
Gente!!!A ponte Aracaju-Barra é um lindo cartão-postal da nossa cidade,mas na Orlinha do Bairro Industrial existe o Centro de Artesanato Chica Chaves,onde o artesanato é feito com amor para toda a população e turistas.A nossa cidade tem no Centro de Artesanato Chica Chaves mais uma opção de compras e lazer.
